terça-feira, 27 de abril de 2010

Santa Cruz - o que o mar modificou.

(Noutros anos uma pequena praia, este ano a Praia Formosa surge com um areal enorme, trazido pelo mar das praias do norte, estas agora quase sem areia)


Este ano as praias de Santa Cruz estão diferentes, pouca areia a Norte, muita mais a Sul.
Dessa situação dá-nos conta uma reportagem do Público deste Domingo, na qual, a propósito da situação em toda a costa do Oeste, refere o seguinte sobre Santa Cruz:

"Oeste  - Praias feridas onde nunca se viu "nada assim"

A areia costuma fugir no Inverno e voltar no Verão. Mas este ano o mau tempo deixou estragos muito profundos
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Este Inverno, o mar zangou-se com as gentes de Santa Cruz. É comum que a areia fuja nos meses mais frios, mas depois, quando o calor regressa e ela faz falta, as praias voltam a compor-se. A esperança é a última a morrer, mas aqui, como noutros locais da costa da região Oeste, começa a duvidar-se de que a Primavera possa remediar as cicatrizes do mau tempo.

Ludovina Solipa, 61 anos, está sentada no muro do passeio marítimo. Há 30 anos que frequenta as praias de Santa Cruz, onde tem uma casa de férias. Mas 2010 não está a ser um ano como os outros. "Tenho a impressão de que nunca vi nada assim", confessa, estendendo o olhar pelas rochas descobertas. "A Praia do Centro era enorme, larga. Veja agora..."

Vê-se que algo não está certo. Para começar, uma ravina de mais de dois metros, cavada a pouca distância das estacarias que delimitam o areal, marca os limites do avanço da maré. José Ferreira, 59 anos, está a pescar no meio das pedras. Há três anos que vive na terra e também ele nunca viu "nada assim". A paisagem mudou radicalmente: "Isto aqui", diz, apontando para a laje de pedra que se estende até ao mar, "costuma ser tudo barracas e toldos, no Verão...".

Neste cenário, onde poderão os concessionários colocar as tão procuradas sombras? Um pouco mais a norte, na Praia do Navio, Miguel Fortunato, 37 anos, proprietário do restaurante O Navio, não consegue deixar de pensar nisso. "O mar está a levar a areia para as praias não concessionadas, que se estendem para norte. Há gente a alugar-me barracas, mas eu, se calhar, não vou poder montá-las."

O mar já chegou muito perto do edifício. "Às vezes, nas noites de temporal, venho para aqui. Nunca vi nada assim. Ainda faltam duas grandes marés, pode ser que o mar ainda reponha, só que isso começou a acontecer e agora já está a tirar outra vez. Cheguei a ver pescadores a parar de pescar para apanharem moedas. E um até já tinha um gorro bem fornecido..."

O resto da reportagem pode ser lida AQUI.

Santa Cruz nem sempre foi como a conhecemos. Algumas imagens antigas, abaixo reproduzidas, dão conta disso mesmo:













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