domingo, 18 de abril de 2010

Um roteiro por "monumentos e sítios" da cidade de Torres Vedras

Hoje, Dia Mundial dos Monumentos e Sítios, deixamos aqui uma sugestão de um roteiro pelos mais emblemáticos monumentos e sítios da cidade de Torres Vedras:

TORRES VEDRAS  - PROPOSTA PARA UM ROTEIRO URBANO HISTÓRICO

CASTELO

À sombra da sua muralha nasceu e cresceu o burgo medieval de Torres Vedras. Conquistado (ou negociado) aos mouros por volta de 1148 por D. Afonso Henriques, foi palco de vários episódios da nossa história .

No século XIV, segundo a descrição do cronista Fernão Lopes, Torres Vedras era então “uma fortaleza assentada em cima de uma formosa mota, a qual natureza criou em tão ordenada igualdade como se à mão fosse feita artificialmente” . A vila tinha “uma cerca arredor do monte e na maior alteza dele está o castelo”.

A sua estrutura actual data em grande parte das obras de reconstrução ordenadas pelo rei D. Manuel, situação testemunhada pela porta gótica ogival, datada de 1516, encimada por esferas armilares manuelinas

Já em parte arruinado, mas ainda habitado, o castelo sofreu graves danos com o terramoto de 1 de Novembro de 1755.

Apesar da ruína, voltaria o velho castelo a recuperar a sua importância militar quando, em 1810, foi integrado no sistema defensivo das “Linhas de Torres”.

IGREJA DE STª MARIA DO CASTELO

Sede da mais antiga paróquia da vila, edificada no século XII. Assenta sobre ruínas romanas e visigóticas, sucedendo a uma mesquita .

Da antiga fundação podem ver-se as colunas com capitéis românicos, com símbolos do “cântico dos cânticos”.

Toda a actual estrutura da igreja remonta a obras de restauro de 1662. Tem duas torres de traça seiscentista. Antigamente uma era municipal ( a do relógio) e outra era paroquial (a sineira). Ruiram durante o terramoto de 1755.

PAÇOS DA RAINHA

Foi mandado edificar pela a rainha D. Beatriz, esposa de D. Afonso III, no século XIII. Nele teve lugar do conselho régio de 1414 (24 Julho 1414 ?) onde se decidiu a Conquista de Ceuta que iniciou a expansão marítima portuguesa.

TRAVESSA DO QUEBRA COSTAS

Rua de características medievais, destacando-se o “arco” que une uma casa aos dois lados da rua.

JUDIARIA

Em Portugal D. Dinis, (século XIII), no seguimento dos seus conflitos com o clero, comprometeu-se a obrigar os judeus a morar “apartadamente”.

Em Torres Vedras tal promessa ter-se-á realizado já no reinado do seu sucessor, D. Afonso IV. Os judeus foram expulsos de Torres Vedras em 1499.

IGREJA DE S.TIAGO

Foi reconstruída nos séculos XVI e XVII.

Tem pórtico Manuelino.

Pensa-se que esteve ligada às peregrinações a Santiago de Compostela

IGREJA DE S. PEDRO

Sede de paróquia desde a fundação da nacionalidade foi reconstruída no séc. XVI, datando desta época a sua traça actual.

O seu pórtico manuelino, encimado pelas armas reais (armas com símbolos de Portugal e Castela) atribuídas à rainha D. Maria (2ª mulher de D. Manuel entre 1510 e 1517), é um dos ex-libris de Torres Vedras.

No seu interior merece destaque o túmulo quinhentista de João Lopes Perestrelo e esposa, D.ª Filipa (vinculou a Quinta do Espanhol em 1542, acompanhou Vasco da Gama na sua segunda viagem à Índia em 1502, comandando um navio, e era primo da mulher de Cristovão Colombo).

De destacar ainda o seu rico e variado património de azulejos

Anexa à igreja existe a Casa da Irmandade dos Clérigos Pobres construída entre 1737 e 1769. No seu tecto podem ver-se 4 telas dos Evangelistas (S. Marcos, S. Mateus, S. Lucas e S. João) da autoria de Bernardo de Oliveira Góis e silhar de azulejos do século XVIII, com assuntos tirados da gravuras de Cláudio Coelho .

CHAFARIZ DOS CANOS

Situava-se à entrada da mais importante porta da vila. Dessedentava as montadas, pelo que aí se concentravam várias actividades profissionais como as de ferrador, correeiro e albardeiro.

Data de 1322 o primeiro documento que se refere à sua existência.

Este Chafariz foi reconstruído em 1561 pela infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel.

Esta fonte é um monumento onde se encontram elementos de diferentes épocas, mas onde domina a arte gótica.

Existem nas faces das colunas do monumento um conjunto de quatro escudos: “ os da frente ostentando o brasão real que remonta ao século XIII, sendo com toda a probabilidade do reinado de D. Afonso III, e os dois laterais da mesma época, representando em três castelos de linhas severas, sóbrias de atavios, o velho brasão da antiga Turribus Veteribus.” ( SALINAS CALADO).


Destaque ainda para o interessante conjunto de gárgulas góticas que decoram este monumento.


CONVENTO E IGREJA DA GRAÇA

A sua construção teve lugar ao longo do século XVI para substituir o velho convento dos eremitas calçados de S. tº Agostinho.

No lugar onde foi construído este segundo mosteiro existia a gafaria de St.º André, cujo terreno foi doado à ordem agostiniana de Torres Vedras, por alvará de D. João III, datado de 26 de Setembro de 1542, para aí se construir este novo convento.

Em 1588 foi prior deste convento Frei Aleixo de Menezes, cuja vida está documentada nos azulejos do século XVIII do claustro.

Por decreto de 30 de Maio de 1834 foi extinto o convento da Graça e os seus frades foram expulsos.

De estilo renascentista, existem no seu interior várias capelas

Na parede da Capela-mor existe um nicho com o primitivo túmulo de S. Gonçalo de Lagos, padroeiro de T: Vedras, que foi prior do primitivo convento desde 1412 e falecido em T. Vedras em Outubro de 1422.


... um Bom Passeio!

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